Câncer do pâncreas cresce entre jovens adultos de países desenvolvidos e preocupa autoridades

A Semana na Imprensa

Silencioso e na maioria das vezes fatal, o câncer do pâncreas é considerado um dos tumores mais agressivos, e já é o 3° tipo mais mortal na França. Um surto de casos na Europa e nos Estados Unidos lançou um alerta vermelho sobre a doença, muitas vezes ligada a condições como diabete e obesidade. A revista L'Express disseca o tema numa reportagem especial, enquanto a Nouvel Obs se debruça sobre a quetamina, droga responsável pela morte do ator Mathew Perry.

"Os tumores do pâncreas devem se tornar a segunda causa de morte por câncer na França e nos Estados Unidos", revela L'Express, que afirma que "a doença é cada vez mais comum, inclusive em pessoas com menos de 50 anos, que até agora haviam sido poupadas por essa patologia". A revista afirma que se trata de um fenômeno mundial, especialmente nos chamados países desenvolvidos.

"Um estudo da revista The Lancet nos Estados Unidos revela que a incidência anual da doença aumenta 13% em 30 anos, inclusive entre jovens adultos, com idades entre 25 e 29 anos", publica L'Express. Na França, o aumenta de casos chega a 20%, segundo a revista, que detalha que nem mesmo o responsável número 1 por esse tipo de câncer - o cigarro, culpado por 20% dos casos - pode explicar o aumento exponencial do câncer de pâncreas nessa população, uma vez que o consumo de tabaco baixou consideravelmente nos países desenvolvidos.

"Muitos estudos culpabilizam o diabete tipo 2, que se desenvolve por causa de uma alimentação muito gordurosa ou açucarada", afirma L'Express. Mas a professora e pesquisadora francesa Vinciane Rebours, entrevistada pela revista, indica que "a gordura, estocada sob a pele, ou em volta dos órgãos abdominais, pode acabar por infiltrar as células pancreáticas e provocar tumores".

Já a Nouvel Obs se debruça sobre a quetamina, droga que ganhou grande exposição midiática após a divulgação dos resultados da autópsia do ator Matthew Perry, da famosa série "Friends". "Encontrado morto aos 54 anos em sua jacuzzi, os exames revelaram um efeito agudo da quetamina", publica a revista francesa, que contextualiza o uso dessa molécula na luta contra a depressão, "objeto de uma febre do mercado financeiro e de um mercado clandestino em expansão nos Estados Unidos".

O veículo francês analisa a "quetamina mania" na França, onde ela é utilizada "exclusivamente em hospitais", e nos Estados Unidos, onde "clínicas privadas cobram até US$ 600 por injeção". Nouvel Obs termina a matéria alertando para os riscos do vício nessa molécula, e na necessidade de que o processo terapêutico com a participação da quetamina seja acompanhado por um profissional médico.