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Charlie Hebdo: Os limites dos cartoons “são os da própria consciência"
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A França prestou homenagem nesta terça-feira, 07 de Janeiro, às vítimas do atentado perpetrado contra o jornal satírico Charlie Hebdo. Um ataque que tirou a vida a 12 pessoas, destas oito eram elementos da redacção do semanário. Rodrigo de Matos, cartoonista do Expresso, sublinha que os desenhos são “sempre alvo de críticas”, por vezes, “exageradas”. Questionado sobre os limites dos cartoons, Rodrigo de Matos, responde que “são os da própria consciência".
Dez anos após este que foi o primeiro de vários ataques de um ano sangrento para França, as autoridades francesas actuais e da altura deslocaram-se às antigas instalações do Charlie Hebdo para depositar uma coroa de flores e prestar homenagem aos que ali foram barbaramente assassinados.
Dos oito elementos mortos da redacção do Charlie Hebdo, cinco eram cartoonistas: Cabu, Charb, Honoré, Tignous e Wolinski. Em causa, caricaturas publicadas, em 2006, consideradas ofensivas no mundo árabe-muçulmano.
A propósito desta data redonda que agora se assinala sob o ataque ao Charlie Hebdo, a RFI ouviu Rodrigo de Matos, cartoonista do Expresso, que sublinhou que os desenhos são “sempre alvo de críticas”, por vezes, “um pouco exageradas”. Todavia, nunca esperaria como reacção “uma tragédia daquelas”.
Questionado sobre os limites dos cartoons, as linhas vermelhas que não podem ser ultrapassadas, Rodrigo de Matos, radicado em Macau, responde que “os limites que há são os da nossa própria consciência. Como cartoonista, os limites de mim para mim estão onde eu acho que a coisa deixa de ter graça. Certamente que os cartoonistas que desenharam aqueles desenhos não achavam isso. E têm o direito de não achar”.
Rodrigo de Matos defende que “tudo tem o seu lugar” e à pergunta “se isto deve ou não ser feito ou se isto pode ou não ser feito? A resposta é sempre e deve ser sempre que sim, que pode”. E acrescenta que “a liberdade de expressão, em última instância, na nossa maneira de ver ocidental, é também a liberdade que eu tenho de ofender e de ser ofendido”.
O cartoonista, que tem quase 2.000 desenhos publicados ao longo de 18 anos de carreira, diz que “há sempre alguém que se sente ofendido”. Rodrigo de Matos pensa que nesta “sociedade de imediatismo, por um lado, e de cancelamento de opiniões diversas, por outro, estamos a perder a noção da importância do confronto de ideias opostas, do diálogo e do debate entre ideias divergentes”.
O ataque de 07 de Janeiro de 2015 contra o jornal satírico Charlie Hebdo, foi o primeiro de vários que ensanguentou a França e que deu origem ao slogan “Je suis Charlie”, na defesa dos valores da liberdade de imprensa e liberdade de expressão.
Dez anos após, o Charlie Hebdo "continua" numa edição especial intitulada "Indestrutível", com uma capa com um leitor que ri às gargalhadas sentado sobre uma kalashnikov, a arma dos irmãos Kouachi (autores dos atentados).
No editorial desta edição, o director de redacção da revista, Riss, sublinhou que “o riso, a ironia, a caricatura são manifestações de optimismo. Aconteça o que acontecer, seja trágico ou feliz, a vontade de rir nunca desaparecerá".
Para François Hollande, antigo Presidente de França, chefe de Estado em 2015, continua a ser necessário preservar o bem precioso que é a liberdade de expressão, numa era das redes sociais. Hollande que alerta que “ela está ameaçada, por vezes restringida por uma forma de medo que se instalou”, lembrando que “há uma forma de autocensura que se apoderou” das pessoas.
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A França prestou homenagem nesta terça-feira, 07 de Janeiro, às vítimas do atentado perpetrado contra o jornal satírico Charlie Hebdo. Um ataque que tirou a vida a 12 pessoas, destas oito eram elementos da redacção do semanário. Rodrigo de Matos, cartoonista do Expresso, sublinha que os desenhos são “sempre alvo de críticas”, por vezes, “exageradas”. Questionado sobre os limites dos cartoons, Rodrigo de Matos, responde que “são os da própria consciência".
Dez anos após este que foi o primeiro de vários ataques de um ano sangrento para França, as autoridades francesas actuais e da altura deslocaram-se às antigas instalações do Charlie Hebdo para depositar uma coroa de flores e prestar homenagem aos que ali foram barbaramente assassinados.
Dos oito elementos mortos da redacção do Charlie Hebdo, cinco eram cartoonistas: Cabu, Charb, Honoré, Tignous e Wolinski. Em causa, caricaturas publicadas, em 2006, consideradas ofensivas no mundo árabe-muçulmano.
A propósito desta data redonda que agora se assinala sob o ataque ao Charlie Hebdo, a RFI ouviu Rodrigo de Matos, cartoonista do Expresso, que sublinhou que os desenhos são “sempre alvo de críticas”, por vezes, “um pouco exageradas”. Todavia, nunca esperaria como reacção “uma tragédia daquelas”.
Questionado sobre os limites dos cartoons, as linhas vermelhas que não podem ser ultrapassadas, Rodrigo de Matos, radicado em Macau, responde que “os limites que há são os da nossa própria consciência. Como cartoonista, os limites de mim para mim estão onde eu acho que a coisa deixa de ter graça. Certamente que os cartoonistas que desenharam aqueles desenhos não achavam isso. E têm o direito de não achar”.
Rodrigo de Matos defende que “tudo tem o seu lugar” e à pergunta “se isto deve ou não ser feito ou se isto pode ou não ser feito? A resposta é sempre e deve ser sempre que sim, que pode”. E acrescenta que “a liberdade de expressão, em última instância, na nossa maneira de ver ocidental, é também a liberdade que eu tenho de ofender e de ser ofendido”.
O cartoonista, que tem quase 2.000 desenhos publicados ao longo de 18 anos de carreira, diz que “há sempre alguém que se sente ofendido”. Rodrigo de Matos pensa que nesta “sociedade de imediatismo, por um lado, e de cancelamento de opiniões diversas, por outro, estamos a perder a noção da importância do confronto de ideias opostas, do diálogo e do debate entre ideias divergentes”.
O ataque de 07 de Janeiro de 2015 contra o jornal satírico Charlie Hebdo, foi o primeiro de vários que ensanguentou a França e que deu origem ao slogan “Je suis Charlie”, na defesa dos valores da liberdade de imprensa e liberdade de expressão.
Dez anos após, o Charlie Hebdo "continua" numa edição especial intitulada "Indestrutível", com uma capa com um leitor que ri às gargalhadas sentado sobre uma kalashnikov, a arma dos irmãos Kouachi (autores dos atentados).
No editorial desta edição, o director de redacção da revista, Riss, sublinhou que “o riso, a ironia, a caricatura são manifestações de optimismo. Aconteça o que acontecer, seja trágico ou feliz, a vontade de rir nunca desaparecerá".
Para François Hollande, antigo Presidente de França, chefe de Estado em 2015, continua a ser necessário preservar o bem precioso que é a liberdade de expressão, numa era das redes sociais. Hollande que alerta que “ela está ameaçada, por vezes restringida por uma forma de medo que se instalou”, lembrando que “há uma forma de autocensura que se apoderou” das pessoas.
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