Após morte de presidente, Irã deve realizar eleições em meio a clima social explosivo
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A morte do presidente do Irã, Ebraim Raisi, mergulha o país na incerteza, na avaliação da imprensa semanal francesa. O líder iraniano morreu em um acidente de helicóptero no domingo (19).
Após a morte do chefe de Estado, o regime iraniano terá de realizar eleições "em um clima explosivo", diz a L'Express. De acordo com a Constituição do país, o pleito deve ocorrer em 50 dias.
Se, por um lado, o resultado da votação não preocupa as autoridades – já que as candidaturas devem ser autorizadas pelo regime –, por outro os momentos de eleição costumam corresponder a períodos de reivindicação e debates no Irã, destaca a publicação. A conjuntura atual na ditadura islâmica, com inflação a 40%, manifestantes executados quase diariamente e o movimento "Mulher, Vida, Liberdade" vivo, apesar da enorme repressão, o período pode ser favorável a uma revolta social no país.
Outro fator de preocupação para o regime é a taxa de participação nas eleições. Desde a Revolução Islâmica de 1979, as autoridades iranianas fundam suas próprias legitimidades diante dos países orientais sobre os altos índices de comparecimento às urnas. Mas com eleições cada vez menos livres, a abstenção passou a ser alta no país – indicando, de acordo com especialistas entrevistados pela revista, que a República Islâmica atravessa uma crise profunda.
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Líder supremo
A Le Point lembra que quem manda no Irã é, na verdade, o aiatolá Ali Khamenei, guia supremo e verdadeiro chefe de Estado. Embora não haja dúvidas de que o novo presidente será um conservador, os próximos 50 dias de espera até a escolha de um líder serão de tensão.
Além dos problemas internos, a publicação sublinha que o Irã está no centro das preocupações internacionais após os ataques do Hamas a Israel e por estar perto de fabricar uma arma atômica.
Neste contexto, Khamenei tenta manter a população calma. Logo após a morte de Raisi, ele disse que "o povo iraniano não deve se preocupar". Mas o líder supremo, de 84 anos, sabe que sua morte abriria uma fase de instabilidade para o país, diz a revista.
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