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'Troco mesinha por leite integral': nas redes, mães solo são face visível da alta pobreza na França

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“Troco mesinha de centro por pack de leite integral”. “Doo brincos em troca de pacote de biscoitos ou purê de frutas”. “Veja abaixo a lista de objetos que eu troco por qualquer produto alimentar”. Os anúncios, publicados em grupos no Facebook por mães solo, ilustram uma das faces mais visíveis do aumento da pobreza na França, em alta regular desde os anos 2000.

As mães solteiras estão na linha de frente face ao aumento generalizado dos preços, depois que a inflação na Europa atingiu picos não vistos havia décadas. Nos diversos relatórios sobre a pobreza publicados por instituições francesas, elas estão hiper-representadas na comparação com outras populações, inclusive as mais vulneráveis, como os desempregados.

Com a expansão da economia circular e do comércio de produtos de segunda mão, afloraram diversos grupos na internet para facilitar a troca de produtos entre pessoas. A surpresa foi ver que, em vez de buscar por boas oportunidades, muitas mães recorrem a estes espaços para conseguir trazer comida à mesa dos filhos, oferecendo o que dispõem em casa contra produtos alimentares básicos, como leite e farinha.

Dorotée, 43 anos, moradora da região parisiense, conta que não precisa mais comprar roupas para os dois filhos – consegue o que precisa com trocas na internet. Mas também se acostumou a ajudar outras mães em situação financeira mais delicada que a dela.

“Tem claramente pessoas necessitadas, que buscam coisas específicas e não têm dinheiro para comprar. Vejo inclusive algumas que estão grávidas e já se preocupam como vão fazer no nascimento da criança”, relata. “Vejo cada vez mais perfis assim.”

Mais atingidas do que a média

O economista Pierre Concialdi, pesquisador sobre o combate à pobreza no Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais (Ires), afirma que pouco menos de um terço das famílias monoparentais estão em situação de pobreza no país. “Isso é 2,5 vezes a mais do que a média das famílias, e é algo que acontece há muito tempo”, salienta o especialista.

“Sabemos que quando só tem um salário na casa e ainda há despesas com filhos, é quase impossível conseguir pagar todas as contas no fim do mês. Então elas estão, sim, na linha de frente deste problema, ao lado de populações como os desempregados, pessoas com empregos precários ou que estão afastadas do mercado por invalidez”, aponta o pesquisador.

A “invasão” dessas mães nos grupos de troca no Facebook nem sempre é bem-recebida pelos administradores das páginas. Alguns moderadores preferem relembrar que o objetivo dos grupos não é substituir as instituições de assistência social – que nos últimos anos, vêm alertando sobre o aumento constante da demanda por ajuda.

De acordo com os últimos dados oficiais do Insee (Instituto Nacional de Estatísticas e Estudos Econômicos), relativos a 2021, 14,5% da população francesa está abaixo da linha pobreza.

“O nível está historicamente elevado. Precisamos voltar 40 anos no tempo para encontrar um índice tão alto”, frisa Concialdi. “Embora a inflação tenha restringido os gastos das famílias, esse fenômeno não é conjuntural. Ele não ocorre por causa da alta dos preços: a pobreza e a precariedade se instalaram ao longo do tempo, na França, há alguns anos.”

Salário-mínimo pressionado

A expectativa é que o quadro tenha piorado no ano passado, devido ao impacto duradouro da inflação no orçamento das famílias mais modestas, já que os salários não subiram no mesmo ritmo. Essa dinâmica favorece ao que está sendo apelidado de “salário-minimização” do mercado de trabalho no país: em dois anos, o número de pessoas que recebem um salário mínimo subiu quase 50%, passando de 12% para 17,3% dos trabalhadores, no período de três anos.

“Isso não seria um problema se o nível do salário mínimo fosse satisfatório, mas um certo número de indicadores nos mostram que não é o caso. Nossas pesquisas mostram que nem um casal remunerado com o salário mínimo e sem filhos consegue ter um nível de vida mínimo decente. Uma pessoa sozinha não consegue e, ainda menos, uma mãe sozinha”, explica o economista.

Atualmente, o governo avalia promover compensações fiscais para estimular o aumento dos salários. Mas o especialista observa que, desde a eleição de Emmanuel Macron, em 2017, cortes nas políticas sociais ajudam a explicar o aumento da pobreza no país. A mais recente visa restringir, pela terceira vez, o acesso ao seguro-desemprego.

“Para dar uma ordem de grandeza, hoje a média de benefícios sociais recebidos por pessoa beneficiada é € 800 menor por ano, em relação a 2017”, salienta Concialdi. “Isso é muito importante porque, no sistema francês, a ajuda para a moradia é o fator que mais contribui para o combate à pobreza. Sem ela, as famílias vulneráveis entram em situação de estrangulamento financeiro, ao gastar mais de 40% da sua renda só para a habitação.”

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As mães solteiras estão na linha de frente face ao aumento generalizado dos preços, depois que a inflação na Europa atingiu picos não vistos havia décadas. Nos diversos relatórios sobre a pobreza publicados por instituições francesas, elas estão hiper-representadas na comparação com outras populações, inclusive as mais vulneráveis, como os desempregados.

Com a expansão da economia circular e do comércio de produtos de segunda mão, afloraram diversos grupos na internet para facilitar a troca de produtos entre pessoas. A surpresa foi ver que, em vez de buscar por boas oportunidades, muitas mães recorrem a estes espaços para conseguir trazer comida à mesa dos filhos, oferecendo o que dispõem em casa contra produtos alimentares básicos, como leite e farinha.

Dorotée, 43 anos, moradora da região parisiense, conta que não precisa mais comprar roupas para os dois filhos – consegue o que precisa com trocas na internet. Mas também se acostumou a ajudar outras mães em situação financeira mais delicada que a dela.

“Tem claramente pessoas necessitadas, que buscam coisas específicas e não têm dinheiro para comprar. Vejo inclusive algumas que estão grávidas e já se preocupam como vão fazer no nascimento da criança”, relata. “Vejo cada vez mais perfis assim.”

Mais atingidas do que a média

O economista Pierre Concialdi, pesquisador sobre o combate à pobreza no Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais (Ires), afirma que pouco menos de um terço das famílias monoparentais estão em situação de pobreza no país. “Isso é 2,5 vezes a mais do que a média das famílias, e é algo que acontece há muito tempo”, salienta o especialista.

“Sabemos que quando só tem um salário na casa e ainda há despesas com filhos, é quase impossível conseguir pagar todas as contas no fim do mês. Então elas estão, sim, na linha de frente deste problema, ao lado de populações como os desempregados, pessoas com empregos precários ou que estão afastadas do mercado por invalidez”, aponta o pesquisador.

A “invasão” dessas mães nos grupos de troca no Facebook nem sempre é bem-recebida pelos administradores das páginas. Alguns moderadores preferem relembrar que o objetivo dos grupos não é substituir as instituições de assistência social – que nos últimos anos, vêm alertando sobre o aumento constante da demanda por ajuda.

De acordo com os últimos dados oficiais do Insee (Instituto Nacional de Estatísticas e Estudos Econômicos), relativos a 2021, 14,5% da população francesa está abaixo da linha pobreza.

“O nível está historicamente elevado. Precisamos voltar 40 anos no tempo para encontrar um índice tão alto”, frisa Concialdi. “Embora a inflação tenha restringido os gastos das famílias, esse fenômeno não é conjuntural. Ele não ocorre por causa da alta dos preços: a pobreza e a precariedade se instalaram ao longo do tempo, na França, há alguns anos.”

Salário-mínimo pressionado

A expectativa é que o quadro tenha piorado no ano passado, devido ao impacto duradouro da inflação no orçamento das famílias mais modestas, já que os salários não subiram no mesmo ritmo. Essa dinâmica favorece ao que está sendo apelidado de “salário-minimização” do mercado de trabalho no país: em dois anos, o número de pessoas que recebem um salário mínimo subiu quase 50%, passando de 12% para 17,3% dos trabalhadores, no período de três anos.

“Isso não seria um problema se o nível do salário mínimo fosse satisfatório, mas um certo número de indicadores nos mostram que não é o caso. Nossas pesquisas mostram que nem um casal remunerado com o salário mínimo e sem filhos consegue ter um nível de vida mínimo decente. Uma pessoa sozinha não consegue e, ainda menos, uma mãe sozinha”, explica o economista.

Atualmente, o governo avalia promover compensações fiscais para estimular o aumento dos salários. Mas o especialista observa que, desde a eleição de Emmanuel Macron, em 2017, cortes nas políticas sociais ajudam a explicar o aumento da pobreza no país. A mais recente visa restringir, pela terceira vez, o acesso ao seguro-desemprego.

“Para dar uma ordem de grandeza, hoje a média de benefícios sociais recebidos por pessoa beneficiada é € 800 menor por ano, em relação a 2017”, salienta Concialdi. “Isso é muito importante porque, no sistema francês, a ajuda para a moradia é o fator que mais contribui para o combate à pobreza. Sem ela, as famílias vulneráveis entram em situação de estrangulamento financeiro, ao gastar mais de 40% da sua renda só para a habitação.”

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