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Nova norma obriga reciclagem de roupas na UE, mas volume e baixa qualidade das peças impedem avanços

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Onde você coloca uma roupa rasgada que não usa mais? E os sapatos, o que fazer quando ficam em mau estado? Na Europa, desde o começo do ano, é proibido colocar têxteis e calçados no lixo comum – mas apesar da boa intenção, a medida continua a ignorar o impacto das indústrias de fast fashion no continente.

Em 1º de janeiro de 2025, entrou em vigor na União Europeia uma nova diretiva que proíbe os cidadãos de não realizarem a coleta seletiva do vestuário. Apenas tecidos molhados ou usados na construção civil devem ser descartados com o lixo orgânico, direto para incineração.

Já as camisetas furadas e os tênis deteriorados devem ser colocados em pontos de coleta – de onde partirão, em tese, para a reciclagem.

“Ainda tem muita roupa e têxteis em geral que são simplesmente jogados no lixo”, salienta Louise Curran, professora de Comércio Internacional da TBS (Toulouse Business School) e especialista na moda sustentável. “As pessoas não sabem a que ponto eles podem ser reaproveitados, ou pensam que se está um pouco estragado, ninguém mais vai querer usar. Perdemos um pouco o hábito se consertar, e as jovens gerações mal sabem costurar um botão.”

Outro problema é que, há anos, a reciclagem enfrenta dificuldades para se desenvolver na Europa. Na Bélgica, por exemplo, as associações que recuperam as roupas já não davam conta dos volumes cada vez maiores de peças jogadas fora – no ano passado, subiram 17%, algo jamais visto, relata Franck Kerckhof, diretor-adjunto da federação Ressources.

“É claro termos uma obrigação de coleta seletiva dos têxteis é bem-vindo positivo”, diz. “Porém colocaram a carroça na frente dos bois: adotaram essa obrigação antes de implementar um plano para financiá-la. Hoje, são os atores da economia social e solidária que se encarregam da coleta seletiva – e eles não têm vocação de bancar a gestão do lixo dos cidadãos.”

Fast fashion sob pressão

Este até poderia ser um “bom problema”, se a qualidade das peças recuperadas nos pontos de coleta não fosse cada vez pior. Com a valorização dos produtos de segunda mão na última década, os consumidores agora tendem a descartar apenas as roupas que não conseguem revender em plataformas especializadas.

Para piorar o quadro, grande parte do vestuário que vai parar no lixo é, originalmente, de baixa qualidade e feita com materiais impossíveis de reciclar, como poliéster e acrílico.

“Isso está no foco do problema: a atuação dos produtores e, em especial, os de fast fashion e ultra fast fashion. Em resumo: é preciso urgentemente regular esse mercado e que os produtores assumam uma parte dessa responsabilidade sobre como a cadeia deve funcionar desde o como, com a escolha dos tecidos, até o fim da vida de uma peça”, clama Kerckhof.

O diretor-adjunto da Ressources defende a adoção de um "ecoimposto" para financiar o destino final destas roupas, a exemplo dos que já existe para vários outros setores como baterias, produtos eletrônicos e pneus. Mas a solução não é tão simples num momento em que o mercado europeu é invadido pelas plataformas de ultra fast fashion chinesas, como Temu e Shein, salienta Curran.

“Do ponto de vista logístico, tentar controlar todos esses pequenos pacotes que chegam da Ásia é extremamente complicado. Estamos falando de milhões de pacotes por dia, e não tem como esperar que a alfândega abra cada um e verifique onde e como foram feitos”, indica. “Então, vai ser preciso que as marcas queiram contribuir.”

UE aposta em garantir melhor qualidade das marcas do bloco

Até o momento, a Comissão Europeia tem preferido pressionar as fabricantes do bloco a adotarem melhores práticas e garantir que elas sejam aplicadas, em vez de impor novos impostos que tornariam a concorrência ainda mais dura com os produtos asiáticos.

“As grandes marcas de fast fashion, como H&M, Zara e até Primark, melhoraram muito na transparência da cadeia de produção. Ainda não são perfeitas, mas temos à disposição muitos sites com informações sobre o que é de onde vêm o que estamos comprando, inclusive quanto usou de água, a taxa de reciclabilidade”, afirma a especialista. “Já a ultra fast fashion continua extremamente opaca, o que leva as fast fashion a afirmarem que não estão mais conseguindo concorrer nestas condições.”

A pesquisadora britânica participa do projeto Twin Seeds sobre as cadeias globais de valor à luz da crise climática. Ela observa ainda que países produtores de matérias-primas naturais, como o Brasil com o algodão, poderão se beneficiar do eventual aumento da regulamentação sobre o setor têxtil na Europa.

“O algodão é uma matéria-prima natural que pode ser reciclada se for monofibra, ou seja, se não estiver misturada com elastano, poliéster ou outro. Ele tem a grande vantagem de não ter origem na indústria fóssil”, frisa. “O Brasil talvez tenha aí uma oportunidade, nesta nova concepção de roupas mais ecorresponsáveis e respeitosos do meio ambiente, se um dia conseguirmos chegar lá.”

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Em 1º de janeiro de 2025, entrou em vigor na União Europeia uma nova diretiva que proíbe os cidadãos de não realizarem a coleta seletiva do vestuário. Apenas tecidos molhados ou usados na construção civil devem ser descartados com o lixo orgânico, direto para incineração.

Já as camisetas furadas e os tênis deteriorados devem ser colocados em pontos de coleta – de onde partirão, em tese, para a reciclagem.

“Ainda tem muita roupa e têxteis em geral que são simplesmente jogados no lixo”, salienta Louise Curran, professora de Comércio Internacional da TBS (Toulouse Business School) e especialista na moda sustentável. “As pessoas não sabem a que ponto eles podem ser reaproveitados, ou pensam que se está um pouco estragado, ninguém mais vai querer usar. Perdemos um pouco o hábito se consertar, e as jovens gerações mal sabem costurar um botão.”

Outro problema é que, há anos, a reciclagem enfrenta dificuldades para se desenvolver na Europa. Na Bélgica, por exemplo, as associações que recuperam as roupas já não davam conta dos volumes cada vez maiores de peças jogadas fora – no ano passado, subiram 17%, algo jamais visto, relata Franck Kerckhof, diretor-adjunto da federação Ressources.

“É claro termos uma obrigação de coleta seletiva dos têxteis é bem-vindo positivo”, diz. “Porém colocaram a carroça na frente dos bois: adotaram essa obrigação antes de implementar um plano para financiá-la. Hoje, são os atores da economia social e solidária que se encarregam da coleta seletiva – e eles não têm vocação de bancar a gestão do lixo dos cidadãos.”

Fast fashion sob pressão

Este até poderia ser um “bom problema”, se a qualidade das peças recuperadas nos pontos de coleta não fosse cada vez pior. Com a valorização dos produtos de segunda mão na última década, os consumidores agora tendem a descartar apenas as roupas que não conseguem revender em plataformas especializadas.

Para piorar o quadro, grande parte do vestuário que vai parar no lixo é, originalmente, de baixa qualidade e feita com materiais impossíveis de reciclar, como poliéster e acrílico.

“Isso está no foco do problema: a atuação dos produtores e, em especial, os de fast fashion e ultra fast fashion. Em resumo: é preciso urgentemente regular esse mercado e que os produtores assumam uma parte dessa responsabilidade sobre como a cadeia deve funcionar desde o como, com a escolha dos tecidos, até o fim da vida de uma peça”, clama Kerckhof.

O diretor-adjunto da Ressources defende a adoção de um "ecoimposto" para financiar o destino final destas roupas, a exemplo dos que já existe para vários outros setores como baterias, produtos eletrônicos e pneus. Mas a solução não é tão simples num momento em que o mercado europeu é invadido pelas plataformas de ultra fast fashion chinesas, como Temu e Shein, salienta Curran.

“Do ponto de vista logístico, tentar controlar todos esses pequenos pacotes que chegam da Ásia é extremamente complicado. Estamos falando de milhões de pacotes por dia, e não tem como esperar que a alfândega abra cada um e verifique onde e como foram feitos”, indica. “Então, vai ser preciso que as marcas queiram contribuir.”

UE aposta em garantir melhor qualidade das marcas do bloco

Até o momento, a Comissão Europeia tem preferido pressionar as fabricantes do bloco a adotarem melhores práticas e garantir que elas sejam aplicadas, em vez de impor novos impostos que tornariam a concorrência ainda mais dura com os produtos asiáticos.

“As grandes marcas de fast fashion, como H&M, Zara e até Primark, melhoraram muito na transparência da cadeia de produção. Ainda não são perfeitas, mas temos à disposição muitos sites com informações sobre o que é de onde vêm o que estamos comprando, inclusive quanto usou de água, a taxa de reciclabilidade”, afirma a especialista. “Já a ultra fast fashion continua extremamente opaca, o que leva as fast fashion a afirmarem que não estão mais conseguindo concorrer nestas condições.”

A pesquisadora britânica participa do projeto Twin Seeds sobre as cadeias globais de valor à luz da crise climática. Ela observa ainda que países produtores de matérias-primas naturais, como o Brasil com o algodão, poderão se beneficiar do eventual aumento da regulamentação sobre o setor têxtil na Europa.

“O algodão é uma matéria-prima natural que pode ser reciclada se for monofibra, ou seja, se não estiver misturada com elastano, poliéster ou outro. Ele tem a grande vantagem de não ter origem na indústria fóssil”, frisa. “O Brasil talvez tenha aí uma oportunidade, nesta nova concepção de roupas mais ecorresponsáveis e respeitosos do meio ambiente, se um dia conseguirmos chegar lá.”

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