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Após enchentes no RS, Internacional e River Plate promovem parceria solidária binacional fora dos gramados
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O Internacional, de Porto Alegre, e o River Plate, de Buenos Aires, trocaram a rivalidade do gramado pela união, por meio da solidariedade. As enchentes no Rio Grande do Sul motivaram as primeiras ações de ajuda dos argentinos aos gaúchos – e agora, os agradecidos torcedores do Internacional em Buenos Aires retribuem colaborando com um projeto social do River. A parceria prevê outros projetos no futuro.
Márcio Resende, correspondente da RFI em Buenos Aires
A partir da tragédia no Rio Grande do Sul, uma parceria solidária binacional foi criada entre os dois clubes. Todas as semanas, a gaúcha Marília Miños chega no final da tarde à histórica Praça de Maio, em Buenos Aires, com doações. São roupas e brinquedos a serem entregues a moradores de rua.
Essa ação tem uma particularidade: Marília é torcedora e cônsul honorária do clube Internacional de Porto Alegre na cidade e retribui aos argentinos a ajuda que enviaram ao Brasil, após as chuvas que arrarasam cidades inteiras no seu estado natal.
“O River abriu as portas do clube para guardar as primeiras doações. Então, como clube, nós viemos todas as sextas-feiras aqui à Praça de Maio para ajudar, servir, colaborar com a rede solidária, um projeto do River. É uma ajuda mútua entre clubes vermelho e branco”, explica Marília à RFI.
Em maio, no auge da tragédia, o River Plate ofereceu as suas instalações para guardar as primeiras 17 toneladas de donativos que partiram de caminhão para o Rio Grande do Sul. Daquela campanha, promovida pelos torcedores do Internacional, participou também a chamada Rede Solidária, uma associação de voluntários em ajudas sociais, da qual também faz parte o próprio River Plate.
Em julho, um segundo caminhão com cinco toneladas partiu com materiais de limpeza, higiene pessoal e cobertores de Buenos Aires a Porto Alegre. Essas doações foram de empresas argentinas, coordenadas pelo River Plate.
“Essa campanha é um pontapé inicial: o objetivo é continuar colaborando juntos, já que a união faz a força. E, nesse caso, não temos rivalidade. Estamos juntos e todos ganhamos”, aposta Marília.
Leia tambémComo as enchentes no RS impactam na economia de todo o Brasil
Colorados agradecidos
À medida que a noite cai, outros torcedores do Internacional chegam à Praça de Maio para ajudar. Além de trazerem mais doações, eles auxiliam na distribuição de refeições para centenas de pessoas, que todos os dias vêm ao local para se alimentar.
O gaúcho Majdy Nasser tem uma dupla razão para ser solidário: além de torcedor do Internacional, é estudante de Medicina em Buenos Aires. “São duas retribuições que eu tenho aqui: uma, por parte da campanha que eles abraçaram junto com a gente, de ajuda ao Rio Grande do Sul; outra, pelo fato de os argentinos possibilitarem a minha formação como médico", disse. "É o mínimo que eu posso fazer a esse povo argentino, que me acolheu nestes 10 anos que eu estou aqui, e que acolheu o Rio Grande do Sul no momento que eles precisaram”, descreve Majdy à RFI.
Essas retribuições têm ainda mais valor diante do quadro social que a Argentina tem enfrentado. “A gente não esperava, na nossa campanha para o Rio Grande do Sul, tanta ajuda de um povo que têm uma situação econômica meio complicada. A gente procura ajudar essas pessoas em situação de rua. E ainda mais tendo o Inter, o chamado ‘clube do povo’, como base”, observa.
“Como futuro médico, mais do que nunca, tenho a visão de ajudar o próximo, seja salvando, seja protegendo vidas. É isso o que fazemos aqui: protegemos vidas”, ressalta Majdy Nasser, quem também concede assistência médica.
Aliança solidária
A aliança fora dos campos de futebol entre o Internacional de Porto Alegre e o River Plate não surgiu agora. A inspiração para uma parceria social nasceu em 2019. Naquele inverno, o River abriu as portas do estádio para tirar moradores de rua do frio intenso. Em Porto Alegre, inspirado nesse exemplo, o Inter fez o mesmo.
Cinco anos depois, a tragédia no Rio Grande do Sul levou os dois clubes a trocarem rivalidade por solidariedade. Felipe Llorente é secretário-geral da Fundação River Plate e sabe que, a partir de agora, se precisarem, os argentinos vão poder contar com a ajuda dos gaúchos.
“Essa aliança como o Internacional, através do Consulado do Inter em Buenos Aires, faz parte de uma visão comunitária do River. Para nós, o povo irmão do Rio Grande do Sul, a cidade de Porto Alegre, os queridos irmãos da República Federativa do Brasil fazem parte também da comunidade na qual o River tenta se inserir”, indica Felipe Llorente à RFI.
“Temos certeza que, daqui para frente, sempre vamos contar com os amigos do Internacional de Porto Alegre, com os quais temos uma história e uma rica tradição no futebol, com muitos enfrentamentos no campo de jogo, mas com uma amizade fora do jogo, com um relacionamento que vai continuar no futuro”, confia.
Para comemorar a aliança solidária, os integrantes do Consulado do Internacional fizeram um churrasco, a comida mais típica dos dois lados da fronteira, ao lado do mate. Eis aqui outra parceria natural: o chimarrão gaúcho e a carne argentina.
37 حلقات
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O Internacional, de Porto Alegre, e o River Plate, de Buenos Aires, trocaram a rivalidade do gramado pela união, por meio da solidariedade. As enchentes no Rio Grande do Sul motivaram as primeiras ações de ajuda dos argentinos aos gaúchos – e agora, os agradecidos torcedores do Internacional em Buenos Aires retribuem colaborando com um projeto social do River. A parceria prevê outros projetos no futuro.
Márcio Resende, correspondente da RFI em Buenos Aires
A partir da tragédia no Rio Grande do Sul, uma parceria solidária binacional foi criada entre os dois clubes. Todas as semanas, a gaúcha Marília Miños chega no final da tarde à histórica Praça de Maio, em Buenos Aires, com doações. São roupas e brinquedos a serem entregues a moradores de rua.
Essa ação tem uma particularidade: Marília é torcedora e cônsul honorária do clube Internacional de Porto Alegre na cidade e retribui aos argentinos a ajuda que enviaram ao Brasil, após as chuvas que arrarasam cidades inteiras no seu estado natal.
“O River abriu as portas do clube para guardar as primeiras doações. Então, como clube, nós viemos todas as sextas-feiras aqui à Praça de Maio para ajudar, servir, colaborar com a rede solidária, um projeto do River. É uma ajuda mútua entre clubes vermelho e branco”, explica Marília à RFI.
Em maio, no auge da tragédia, o River Plate ofereceu as suas instalações para guardar as primeiras 17 toneladas de donativos que partiram de caminhão para o Rio Grande do Sul. Daquela campanha, promovida pelos torcedores do Internacional, participou também a chamada Rede Solidária, uma associação de voluntários em ajudas sociais, da qual também faz parte o próprio River Plate.
Em julho, um segundo caminhão com cinco toneladas partiu com materiais de limpeza, higiene pessoal e cobertores de Buenos Aires a Porto Alegre. Essas doações foram de empresas argentinas, coordenadas pelo River Plate.
“Essa campanha é um pontapé inicial: o objetivo é continuar colaborando juntos, já que a união faz a força. E, nesse caso, não temos rivalidade. Estamos juntos e todos ganhamos”, aposta Marília.
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Colorados agradecidos
À medida que a noite cai, outros torcedores do Internacional chegam à Praça de Maio para ajudar. Além de trazerem mais doações, eles auxiliam na distribuição de refeições para centenas de pessoas, que todos os dias vêm ao local para se alimentar.
O gaúcho Majdy Nasser tem uma dupla razão para ser solidário: além de torcedor do Internacional, é estudante de Medicina em Buenos Aires. “São duas retribuições que eu tenho aqui: uma, por parte da campanha que eles abraçaram junto com a gente, de ajuda ao Rio Grande do Sul; outra, pelo fato de os argentinos possibilitarem a minha formação como médico", disse. "É o mínimo que eu posso fazer a esse povo argentino, que me acolheu nestes 10 anos que eu estou aqui, e que acolheu o Rio Grande do Sul no momento que eles precisaram”, descreve Majdy à RFI.
Essas retribuições têm ainda mais valor diante do quadro social que a Argentina tem enfrentado. “A gente não esperava, na nossa campanha para o Rio Grande do Sul, tanta ajuda de um povo que têm uma situação econômica meio complicada. A gente procura ajudar essas pessoas em situação de rua. E ainda mais tendo o Inter, o chamado ‘clube do povo’, como base”, observa.
“Como futuro médico, mais do que nunca, tenho a visão de ajudar o próximo, seja salvando, seja protegendo vidas. É isso o que fazemos aqui: protegemos vidas”, ressalta Majdy Nasser, quem também concede assistência médica.
Aliança solidária
A aliança fora dos campos de futebol entre o Internacional de Porto Alegre e o River Plate não surgiu agora. A inspiração para uma parceria social nasceu em 2019. Naquele inverno, o River abriu as portas do estádio para tirar moradores de rua do frio intenso. Em Porto Alegre, inspirado nesse exemplo, o Inter fez o mesmo.
Cinco anos depois, a tragédia no Rio Grande do Sul levou os dois clubes a trocarem rivalidade por solidariedade. Felipe Llorente é secretário-geral da Fundação River Plate e sabe que, a partir de agora, se precisarem, os argentinos vão poder contar com a ajuda dos gaúchos.
“Essa aliança como o Internacional, através do Consulado do Inter em Buenos Aires, faz parte de uma visão comunitária do River. Para nós, o povo irmão do Rio Grande do Sul, a cidade de Porto Alegre, os queridos irmãos da República Federativa do Brasil fazem parte também da comunidade na qual o River tenta se inserir”, indica Felipe Llorente à RFI.
“Temos certeza que, daqui para frente, sempre vamos contar com os amigos do Internacional de Porto Alegre, com os quais temos uma história e uma rica tradição no futebol, com muitos enfrentamentos no campo de jogo, mas com uma amizade fora do jogo, com um relacionamento que vai continuar no futuro”, confia.
Para comemorar a aliança solidária, os integrantes do Consulado do Internacional fizeram um churrasco, a comida mais típica dos dois lados da fronteira, ao lado do mate. Eis aqui outra parceria natural: o chimarrão gaúcho e a carne argentina.
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