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A guerra das milícias no Rio de Janeiro

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Na última segunda-feira, uma das milícias que atuam no Rio de Janeiro instaurou o caos na cidade em uma demonstração de força. Os atos foram em represália à morte de um dos integrantes da cúpula durante uma operação da Polícia Civil: Matheus da Silva Rezende, conhecido como Faustão, apontado como número 2 da hierarquia da milícia chefiada por seu tio, Luís Antonio da Silva Braga, o Zinho, foi morto a tiros pelos policiais. Depois disso, os milicianos incendiaram 35 ônibus, quatro caminhões e um trem da Supervia, afetando mais de um milhão de pessoas. Há mais de uma década, a organização criminosa responsável pelos ataques de ontem atua no Rio, e passa por turbulências desde a morte de seu ex-chefe, Wellington da Silva Braga, o Ecko — outro tio de Faustão —, em 2021. Hoje, há dois grupos de milicianos em guerra, além da maior organização do tráfico no estado, com disputas abertas pelo controle de áreas da cidade, e que não raro envolvem ataques violentos com muitas vítimas. Em vários bairros da Zona Oeste, o número de mortes violentas aumentou em 2023, justamente no momento em que os homicídios estão em queda no estado. Agora, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, está sob pressão para agir de forma contundente e rápida, e ele sinalizou que vai aceitar ajuda do governo federal. Contudo, a maneira como ocorrerá essa cooperação ainda não está clara. Castro chegou a sinalizar que gostaria de ver as Forças Armadas atuando no estado em funções pontuais, mas o Palácio do Planalto não dá sinais de que ampliará esse escopo de atuação, tampouco de que vai declarar uma intervenção. No Ao Ponto desta quarta-feira, o repórter especial Rafael Soares detalha as origens das milícias no Rio de Janeiro, que traz ligações com agentes do Estado desde seu início, no começo do século, e como o perfil dos líderes das organizações criminosas foram mudando ao longo do tempo. Ele também fala sobre como os milicianos conseguiram estender seus braços para dentro do sistema político do estado, com representantes eleitos pelo voto popular nos últimos anos.
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