Quando contigo me deito, faço do nosso leito ninho de amor vadio, de ti jamais me sacio, pelas tuas linhas me enfio, sinto em nós forte vibração, perco-me nesse diapasão, e não consigo distinguir a emoção, se louco prazer ou pura paixão, só me deixo levar pela eloquente sensação de estar nos teus braços, dos gemidos, das tremedeiras, dos meus descompassos; nossos corpos só se deixam esparsos, no instante que já não resta no fôlego sopro, em que a fadiga é um secante escopro, contigo tudo é tão bonito, só ela interrompe o nosso amor infinito; fico prostrado, mas não aflito, junto a ti, o destino nem fito, não temo o futuro, pois no nosso quarto escuro, o tempo não importa, por detrás daquela porta, a gente se comporta como dois imortais, refugiados nos prazeres carnais, e os delírios mais sublimes nos parecem normais…